Almoços de Domingo

11 de março de 2017 at 15:00 Deixe um comentário

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Há alguns anos, quando eu recebi a notícia do falecimento do meu sogro, um pesar maior se abateu sobre meus pensamentos.
Claro que o motivo maior do nosso sofrimento seria a sua ausência física em nossas vidas, contudo uma outra ausência se notaria com o passar do tempo.
Nunca vou esquecer aquele dia que entrei naquela casa onde passamos momentos maravilhosos, logo após seu sepultamento.
Minha sogra já havia partido para pátria maior há alguns anos e a sensação do vazio que imperava naquele lar enregelava os ossos.
Confesso que logo após aquele dia, pouco voltei lá e às vezes que necessitava estar presente, logo arranjava uma desculpa para ir embora.
A morte sempre existiu, desde o primeiro ser humano que nasceu até os dias atuais, ainda não conhecemos ninguém que teve a oportunidade de viver eternamente, pelo menos com o corpo de carne.
Nossa cultura de chorar os mortos, dificulta aceitarmos a dama de negro.
Não estou dizendo que é fácil entender a partida de entes queridos, muito pelo contrário o sentimento que nutrimos não se acaba com o fechar do ataúde.
Entretanto o que me leva hoje a tecer essas considerações não é sobre os extintos, mas as consequências que muitas mortes ocasionam.
Infelizmente foi o que aconteceu em nossa família.
Quando disse que evitei voltar àquela casa, não foi em relação aos pesares para com meus sogros, afinal não seria um local que direcionaria meus sentimentos a eles.
A lembrança que vou guardar dessas pessoas especiais que me aceitaram como um filho não pode se legar ao físico, mas estarão eternamente vivos em meu coração.
O que me causou e continua causando uma enorme tristeza, não só de adentrar àquele local, mas também quando passo defronte a ele é o vazio que lá ficou.
Lembro-me dos eternos Natais que passamos ali e como cheguei tarde, pois minha esposa temporã, também conhecida como “raspa do tacho”, diferencia-se em quinze anos da sua irmã, perdi muitas das reuniões, porém vi a família crescendo com a chegada dos meus sobrinhos e os filhos desses.
Quantos momentos incríveis vivemos ali, aniversários, páscoas, feriados mil ou mesmo sem nenhum motivo a família toda se reunia para comer o churrasco do “Véio”.
Hoje, após dois anos do seu desencarne começo a entender o porquê dos calafrios que senti naquele dia ímpar.
Nada mais normal que a casa que eles viveram seus últimos dias ficasse vazia, até que seu dono resolva o que fazer dela.
O que não consigo compreender é do porque a cada dia a distância entre os entes queridos tornam-se a cada vez maior.
Mesmo os que moram na cidade ficam semanas sem se ver, já os residentes fora, meses.
A matemática é simples, todavia não é a correta. Todos os domingos nos encontrávamos ali, não no intuito de filar uma boia, mas para desfrutarmos da sua companhia.
Hoje sem os patriarcas presentes, cada um deu destino diferente aos almoços dominicais. As festas são esporádicas e nem todos podem comparecer, com isso vai ficando esse vazio.
Devíamos começar a agendar almoços, alternando as casas, assim ficará mais fácil a visita dos meus sogros, que hoje tem que ficar correndo de casa em casa, pra poder ver como anda os seus, nas tardes de domingo.

       Inibmort

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