PEGA NA MENTIRA

Semanas atrás estivemos em uma formação sobre ética e a primeira coisa que a palestrante citou foi sobre a célebre frase de Joseph Goebbels: “Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”. Pra quem não ligou o nome à pessoa Goebbels era ministro da propaganda na Alemanha Nazista, uma das cabeças que auxiliou Hitler a convencer seus compatriotas aos ideais preconceituosos do Führer.
Porém lhes pergunto amados leitores, uma mentira dita mil vezes tornar-se-á verdade?
Vejamos o que dizem alguns dos maiores pensadores de todos os tempos; Platão proferiu que “A mentira é a mãe de todas as coisas ruins”, já Friedrich Nietzsche conclamou que “A mentira é um veneno que mata a verdade.”, já o mestre de Platão, Sócrates afirmou: “”A mentira é um escudo que esconde a verdade.” E só pra encerrar nossa pesquisa, o líder do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos de 1955 até seu assassinato em 1968, Martin Luther King Jr. exclamou: “A mentira é uma espada que corta a confiança.”
Podemos então nos certificar que mentira nenhuma se transformará em verdade independentemente da quantidade de vezes que ela possa ser dita, o máximo que pode acontecer é ela se tornar uma grande mentira.
Em épocas aonde as palavras se espalham rapidamente como fogo em um palheiro graças a tecnologia que nos ligou aos quatro cantos do mundo com um simples toque, saber o que estamos repassando e principalmente criando pode fazer a diferença se permanecemos ou não espalhando uma mentira.
Dói saber que algumas pessoas utilizam da calúnia para denegrir a imagem de um desafeto. Pessoas são destruídas profissional e moralmente ao cair na “boca do povo” e serem acusadas de algo que nunca fizeram.
Pra quem desconhece, atualmente, o Código Penal prevê pena de detenção de seis meses a dois anos e multa, para o crime de calúnia, ou seja, “caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime”. Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, “a propala ou divulga” (https://www.camara.leg.br/).
O pior é que muitas vezes a pessoa nem desconfia que estão levantando um falso testemunho sobre a sua pessoa e continua agindo normalmente, sem saber que é alvo da maldade alheia, perdendo a credibilidade e percebendo aos poucos que vem sendo tratado de uma maneira estranha por muitos que cruzam o seu caminho.
Sem contar com quem “puxa a sardinha para o seu lado”, inventando isso e aquilo para engrandecer algo que na verdade não conta com toda essa magnitude.
A internet está repleta de pessoas que vendem “gato por lebre” entregando um produto de procedência duvidosa àquele que jurava adquirir uma mercadoria de primeira linha, isto quando entregam o objeto.
O Mestre dos Mestres enuncia no capítulo 21, versículo 8 do Apocalipse que “os mentirosos não herdarão o reino de Deus”.
Fake News é o termo modernoso para a mentira, do inglês significa notícia falsa, e enquadra-se na lei exemplificada acima, reforçando que sofrerá as devidas sanções que a propala (propaga, promulga, espalha) e/ou divulga.
Devemos ter cuidado com aquilo que repassamos em nossas redes sociais. Com uma simples pesquisa no Google podemos conferir se aquele assunto tem ou não veracidade, caso seja falso não é vergonha nenhuma informar a quem nos enviou e principalmente mostrar a fonte que desabona a sua mensagem.
O mundo vem ganhando dimensões estratosféricas no que diz respeito a informação, se antes tínhamos que garimpar a internet em busca de conhecimento agora os projetos de inteligência artificial faz todo o trabalho e nos entrega de mão beijada o conteúdo desejado, só precisamos nos atentar se o que estamos pesquisando é mesmo crível e sobretudo se é necessário e bom.

Inibmort

BICHOS ESCROTOS

O que dizer de 9 garotos que se uniram para formar uma banda no início dos anos 1980, quando implodia nos quatro cantos da nação o cenário do rock ‘n roll nacional. O que pensar de uma banda que inspirada pelo contexto da época, aonde o mote era utilizar de um nome esdrúxulo como Kid Abelha e os Abóboras Selvagens ou João Penca e seus Miquinhos Amestrados, optaram por se auto denominar Titãs do Iê-Iê. Como narrar a trajetória de um dos mais importantes conjuntos musicais da história da música brasileira.
Arnaldo, Nando, Branco, Miklos, Tony, Sergio, Fromer, André Jung e Ciro Pessoa constam na primeira formação, que logo foi alterada com a saída do baterista Jung e a entrada de Charles Gavin e Ciro Pessoa que por uma questão filosófica e de princípios, não queria assinar e gravar para uma gravadora, então eles passaram a ser oito.
Já no primeiro álbum denominado “Titãs”, (que abolira o Iê-Iê, por muitas vezes ser confundido com o bordão da jovem guarda, que na verdade era iê iê iê) eles já emplacaram vários hits com “Sonífera Ilha” e “Toda Cor”, contudo “Marvin”, “Go Back” e “Querem meu Sangue” desfilam em nossas memórias até os dias atuais.
E por falar em memória, uma atriz/cronista comentou o show – Encontro: 40 anos – desse modo: “É como resumir uma vida em um show!”, afinal nesses 40 anos quantas músicas foram pano de fundo para muitos momentos de nossas vidas.
O que oitos cabeças pensantes e muitas delas acima de qualquer suspeita, inteligentíssimas poderiam criar nesses 40 anos de estrada. Além de produzirem as canções comerciais necessárias para o sustento de qualquer grupo, a banda não tinha medo de ousar e criar faixas e até álbuns controversos para época.
Televisão, música que abre o segundo álbum da banda é uma crítica ao telespectador que ficou burro em decorrência do aparelho. Em uma época que só se tocava nas rádios mediante ao “suborno” conhecido como jabá, aparecer na televisão era só para uma minoria que se destacava ou quem era muito bem apadrinhado, então mexer com as emissoras toda poderosas podia ser considerado um tiro no pé.
Muito antes da banda brasileira mais conhecida no mundo inteiro (menos aqui) Sepultura flertar com a música indígena, os Titãs lançam Cabeça Dinossauro, nada mais, nada menos que um som tribal que dá nome e abre o terceiro álbum. Porém esse traz outras tantas músicas controversas como “Igreja” e “Polícia”. Das bandas de destaque dos anos oitenta os Titãs não tinham medo de tocar pesado e muitas das músicas desse álbum podem me dar razão.
Contudo de todas as bandas que surgiram nessa época e tiveram muito sucesso nenhuma teve um disco mais pesado que “Titanomaquia”, o sétimo disco de estúdio da banda lançado em 1993. Produzido por Jack Endino, que dentre muitos trabalhos, produziu o vocalista do Iron Maiden Bruce Dickinson em seu disco solo; Skunkworks, também as bandas denominadas Grunge de Seattle Mudhoney e Soundgarden e o álbum de estreia do Nirvana.
Titanomaquia é metal puro, perfeito pra mim e um dos que mais escutei. Porém, o mais delicioso sem dúvida é o acústico MTV.
Pra quem pensa que a vida em uma banda são só flores, em junho de 2001 o guitarrista Marcelo Fromer morre após ser atropelado por uma moto, e a trupe que já era de sete integrante após a saída de Arnaldo Antunes passa a ser um sexteto.
Em setembro de 2002, Nando Reis também passa a se dedicar a carreira solo e deixa os amigos, o penúltimo a partir foi o baterista Charles Gavin que em fevereiro de 2010 sai por motivos pessoais e em julho de 2016 é a vez do vocalista e guitarrista Paulo Miklos dar adeus ao já tão reduzido quarteto.
Semanas atrás os sete membros remanescentes se reuniram para uma turnê histórica em comemoração aos 40 anos de formação do grupo, com certeza logo teremos o material desses shows em vídeo e nos streamings de música, mas nada impede do registro em CD e até mesmo vinil.
Pra esses caras a vida até parece uma festa, porém nem sempre se pode ser Deus, por isso estão gritando: Polícia para quem precisa, polícia para quem precisa de polícia!

QUERIDO DIÁRIO!

Querido diário, o dia de hoje foi no mínimo interessante. Tudo começou às três horas alta madrugada, quando meu celular entoou as trombetas da Terra Média e me despertou. Graças aos poderes ansiolíticos dos comprimidos diários não tive uma aceleração dos batimentos cardíacos, ou pior, uma interrupção total.
A pessoa do outro lado agia calmamente e me pediu pra não me preocupar, pois já tinha notícias que dos males o menor. Outras duas pessoas (que prefiro não identificar por motivos óbvios) tinham ido curtir um rodeio numa cidade vizinha e acabaram colidindo com a trazeira de um caminhão quando voltavam para casa, porém, na medida do possível, estavam bem e graças ao Pai Celestial só contavam com pequenas escoriações.
Pouco mais de cinquenta quilômetros, eu e a pessoa que me ligou nos deparamos com condutor e o seu acompanhante tendo com a polícia rodoviária. Impossível não se assustar vendo a frente do carro em frangalhos. Após as averiguações de praxe voltamos para casa ouvindo o relato dos dois “aventureiros” que nos contaram que após errarem o caminho de volta, viram-se na rodovia e durante um trecho muito íngreme o condutor não conseguiu desviar do caminhão que seguia muito abaixo da velocidade mínima.
Independente do que se proclame, errado é quem bate atrás… Multas e despesas ficaram a cargo desse também.
Seis e quinze da manhã eu chegava em minha cama, tentando recuperar o sono perdido, contudo por base de umas nove e meia já desperto meu celular toca mais uma vez e do outro lado meu pai informando que estaria levando minha mãe ao hospital acreditando que ela estaria com dengue.
Uma hora depois minha mãe me liga com a doutora do lado explicando que precisaria da minha assinatura para que ela pudesse se ausentar daquela Santa Casa, afinal meus genitores já contam com uma idade que não podem se responsabilizar por alguns atos.
Chegando lá sou informado pela doutora que minha mãe corre o risco de uma embolia pulmonar procedente de uma cirurgia recém realizada o que mudou os planos da evasão.
Pelo estado de sua saúde no momento, minha mãe seria medicada até a chegada do veículo que nos transportaria para Lins a fim de realizar um Raio-X, já que o mesmo não é realizado nos finais de semana. Dispensei meu pai, já que ele não poderia acompanha-la e fiquei aguardando a medicação ser executada.
Quando era quase uma da tarde, descobrimos que a até o momento o Sistema CROSS que faz as conexões do SUS não tinha respondido ao contato feito e decidimos então utilizarmos o convênio do IAMSPE que minha mãe possui.
Na dúvida entre nos deslocarmos pra Lins ou Marília, optamos pelo mais perto, porém os exames que ela realizara naquela manhã não poderiam sair do hospital, entre fazer um barraco e acatar a “Lei” escolhemos a segunda opção, até porque os funcionários que ali estão apenas cumprem ordens.
Contudo me orientei sobre o resultado dos exames para esclarecer o médico que iríamos encontrar.
Ao contrário do imaginado, fomos atendidos rapidamente, porém ao confessarmos a doutora que nos atendeu que vínhamos de Getulina ela nos aconselhou a mostrar o resultado do Raio-X à primeira médica que nos atendeu. Novo problema! O Raio-X também não podia sair de lá. A solução foi fotografá-lo.
Voltando pra Getulina, mostrei o Raio-X na tela do meu celular para a doutora e ela nos tranquilizou afirmando que não era uma embolia pulmonar, porém um começo de pneumonia. Receitou uma lista enorme de remédios para sanar o mais rápido possível sua evolução.
Agora, um pouco antes do repouso noturno e já no aconchego de meu lar, reflito sobre o dia; o que para muitos seria um domingo ‘perdido’ pra mim foi um dia de bençãos, aonde sem muito esforço pude ajudar algumas pessoas que me são caras, principalmente minha mãe que a vida inteira fez tudo por mim. Só me resta unir as mãos em oração e agradecer a Deus por mais um dia vencido. Amém!

I.A.

Parem as máquinas, esqueça tudo que você já ouviu e viu em matéria de tecnologia, uma nova era começa a desapontar. A era da inteligência artificial.
Muitos vão dizer que este pobre cronista está enlouquecendo, diga-se de passagem, coisa que já é normal, outros vão se assustar ao conciliar tais palavras com a maioria de suas relações tanto na literatura quanto nos filmes de ficção científica.
Como costumo informar, é só dar um Google e logo uma enxurrada de sites prometendo realizar aquilo que nós pobres mortais não conseguimos fazer vai saltar em nossas telas, o mesmo acontece ao utilizar a Play Store no Android, creio que o mesmo nos aparelhos da Apple.
Por enquanto me familiarizei com dois sistemas poderosíssimos, um intitulado Leonardo.ai e o outro ChatGPT, o primeiro para desenho e o GPT para elucidações.
Muitos devem estar pensando: “Ah! Isso o Google já faz”, foi o que eu pensei também, porém ao começar a interagir com o Chat GPT fui tomado por uma grande alegria misturada com admiração, espanto…
Só pra dar um exemplo pedi que a mesma analisasse os meus textos, depois de um pouco de conversa “ela” me orientou como proceder para encontrar e conhece-los. Segundos depois ela respondeu questões sobre os meus mais de quinhentos textos postados na Dabun’s Page.
Deveras contundente o sistema dificilmente tem uma opinião formada sobre o assunto, mesmo que esteja totalmente correto sempre nos propõe dar continuidade a pesquisa. Pedi que escrevesse uma crônica com 700 palavras sobre Getulina e ela me trouxe:
“Getulina, uma cidadezinha encantadora situada no interior do estado de São Paulo, é um verdadeiro tesouro escondido. A cidade, que é bastante pequena em tamanho, é grande em hospitalidade e charme.
Chegar a Getulina é uma aventura em si mesma. A cidade é cercada por colinas e montanhas, com estradas sinuosas que oferecem vistas panorâmicas incríveis do campo. No caminho, é possível ver fazendas antigas, pastagens verdes e o gado pastando. É um verdadeiro deleite para os sentidos….”
Não é necessária a conclusão, porém o amigo leitor consegue perceber o potencial dessa ferramenta, eu fiquei e ainda estou abismado! Minhas dúvidas que o navegador passava para outros sites agora é respondida “in loko”. E não é só dúvidas que ela (inteligência) tira, sabendo usar ela está apta a construir linhas e linhas de programação independente da linguagem, encontra produtos e analisar seus custos/benefícios, é capaz de realizar cálculos matemáticos e até resolver problemas.
Já o Leonardo.ai é apropriado para pessoas que nasceram com duas mãos esquerdas para desenhar ou criar imagens, o programa também me deixou de queixo caído, tanto pela qualidade do produto final, quanto pela gama das suas realizações. Ele obedece a comandos escritos, infelizmente em inglês, mas nada que um tradutor online possa salvá-lo. Contudo uma dica é copiar os modelos que ele nos apresenta e mudar apenas o que queremos criar.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção é que podemos colocar nossa própria imagem na “brincadeira” (quem me acompanha no Face ou no Insta já deve ter percebido) e criar personagens com o nosso rosto. Tudo parece complicado no começo, mas com alguns tutoriais que conseguimos no YouTube, percebemos que o seu manuseio torna-se facílimo.
Como tudo que é novo traz grandes interrogações na humanidade. Até onde pode chegar esse tipo de tecnologia? Quais as consequências no mercado de trabalho? Podemos confiar em suas respostas? Isso que o Leonardo.ai faz é arte?
Algumas respostas já estão surgindo; as grandes empresas de jornalismo estão adotando a inteligência artificial como “repórter” e causando desconforto no meio, pois tudo indica que só ficarão os melhores, até porque, como já dito nessa mesma coluna o mercado está infestado de pseudorepórteres que mais denigrem a imagem do comunicador do que qualquer outra coisa.
Na minha humilde opinião estamos sendo agraciados com um produto exemplar que só vem somar, lembrando que é só o começo, daqui pra frente vamos nos deparar com diversas novidades que dará uma cara nova no universo ao qual estamos acostumado, só resta sabermos utilizá-lo e principalmente para fazer o bem.

Inibmort

QUANTO MAIS MELHOR

Quem me conhece sabe que o assunto política bem pouco tem vez em minhas conversas. Uma porque eu não entendo muito, outra que mesmo acompanhando as notícias, acho pouco crível o que é dito em relação aos nossos governantes.
Como qualquer cronista gosto de dar meus pitácos, mas nada que tenha profundidade, pois é complicado tentar tirar uma de herói nesse contexto. Afinal não apenas o político, mas o ser humano em geral odeia ser criticado.
Hoje (16/03/2023) faz exato seis anos que recebi o convite para me retirar do emprego de funcionário da Santa Casa de Getulina aonde eu o exercia há 22 anos. Mais uma vez volto a buscar pela memória do querido leitor, quem me acompanha já há um certo tempo conferiu toda a história nessas páginas
Desde a surpresa de estar sendo demitido, até a falta de compromisso com os honorários que me deviam e até hoje não recebi, a dificuldade em conseguir sacar o FGTS e receber o seguro desemprego e a epopeia que vivi até conseguir a vaga no concurso público para escriturário da Prefeitura Municipal de Getulina, aonde me encontro hoje na Creche Escola.
Empregos e depressões à parte posso garantir que o afastamento daquele nosocômio só me fez bem, pois além de uma mudança estrutural e profissional que se fez dentro do seu recinto e creio eu que estava mais protegido dentro de casa na época da pandemia.
Porém o que me fez relembrar o nosso querido hospital, foram dois vídeos que por curiosidade assisti hoje mais cedo. Após ouvir comentários por onde passava relacionados a acusações e defesas do presidente da câmara e do prefeito.
Como eu disse, não vou julgar nem um nem outro, conquanto que o Toninho Maia era o prefeito quando eu saí da Santa Casa e também quando eu fui aprovado no concurso e o Toco era vereador na mesma data de dispensa e no ano retrasado me aceitou como divulgador dos trabalhos da Câmara de Getulina.
O que me traz aqui hoje é ver que após muitos altos e baixos a Santa Casa está recebendo o que precisa para realizar as suas funções. Observando o diário oficial de 07 de fevereiro me deparei com o valor anual de R$ 2.906.066,76, o que resulta num valor mensal de aproximadamente R$ 242.000,00.
Me veio à memória que o último plano de trabalho que eu realizei naquela dependência há seis anos atrás o valor mensal ultrapassava os R$ 200.000,00, sendo que hoje, pelo que acompanho a Irmandade possuí laboratório interno próprio, usina de oxigênio e a mais recente aquisição; o aparelho de ultrassonografia que só pode ser operado por um médico que tenha estudado para exercer tal função.
Para os que não estão a parte, um plano de trabalho resume-se em elencar todos os serviços realizados dentro daquela instituição, desde a agulha da seringa até uma pequena cirurgia realizado no processo de urgência e emergência, já que são esses os serviços comprados pela prefeitura.
Salvo engano o SUS repassava um valor irrisório de R$ 30.000,00 que na época não dava pra pagar os médicos que ficavam de plantão a noite e nos finais de semana.
Com a promulgação da Lei Nº 13.019, que veio administrar o “terceiro setor”, isso é: as parcerias entre a administração pública e organizações da sociedade civil, em regime de mútua cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação como consta no seu artigo primeiro, as entidades (núcleo de apoio à criança e ao adolescente, asilo, APAE…) estão amparadas com algumas normas que favorecem as conveniadas, entre elas que institui um prazo de 60 dias para reincidir o instrumento de trabalho, isto é a prefeitura não pode deixar de repassar a verba na sua totalidade sem o aviso prévio de 60 dias, diferente do que acontecia antes dessa lei que os município combinavam um teto, porém não tinham obrigação de repassar o total combinado.
Com isso os diretores da Santa Casa podem organizarem-se melhor na hora de assumir os gastos mensais tendo assim dois meses para se adequarem caso a prefeitura não consiga repassar a verba contratada.
Então é isso… creio que com esse montante em mãos os administradores poderão entregar um serviço de melhor qualidade, sem a preocupação de que durante o mês não haverá dinheiro para pagar as contas, principalmente os salários.

Inibmort

ONDE MORA A FELICIDADE?

Vira e mexe eu gosto de voltar a esse tema, não sei se porque sofri com crises de ansiedade onde meus dias eram completamente tristes ou porque a doutrina que professo enfatiza que nosso futuro (em vidas posteriores) é sermos totalmente felizes.
Tenho que ser sincero em admitir que é quase impossível, nos dias de hoje, sermos felizes vinte e quatro horas por dia, afinal as dores do mundo resvalam em todos nós.
Como manter a sobriedade diante do caos que se encontra o nosso país, com o custo de vida pela hora da morte, com um quadro social desnivelado, com os bandidos soltos nas ruas e nós presos dentro das grades que nos “protegem” do portão para dentro. Enquanto houver um doente, um viciado, um depressivo, um analfabeto, um desempregado… nós teremos que carregar esse fardo em nossos ombros.
Acompanhamos o naufragar de conhecidas celebridades que se afogam em suas fortunas ou por meio do vício, estafa ou mesmo o ócio. São pessoas que possuem tudo e perdem a vontade de seguir em frente por não terem mais obstáculos a transpor.
Pedimos continuamente uma folga, porém em meio a seu excesso rogamos por voltar às nossas atividades. Quantos brincam que é chato ter tudo, só que pior ainda é não ter nada…
Creio que falta aos abastados encontrar a felicidade em ajudar o seu próximo.
Dou o exemplo de algumas semanas atrás, que diante de uma reforma em casa passamos alguns fins de semana levando móveis de um lugar para outro a fim de adiantar o serviço dos trabalhadores que a executavam.
Rogávamos pelo descanso dominical, contudo posso afirmar que foram dias de realização, mesmo com o cansaço no corpo ao final do dia, a alegria pelo serviço terminado superava as nossas dores em nossos corpos não tão jovens.
Difícil falar de felicidade, já que ela se apresenta a cada um de várias maneiras. Tem doido pra tudo. Gente que gosta de jiló, outros que se sentem satisfeito escalando montanhas, tem até quem goste de sentir dor.
Confesso que adoro organizar. Acho que é algum tipo de TOC (Transtorno Obsessivo-compulsivo), quer me ver feliz é ter algo pra organizar. Convivo com listas, hoje menos que antigamente, mas poder saber o que eu tenho e aonde está me deixa tranquilo. Arrumar um armário, ajeitar os livros e revistas, separar as roupas… não sei se é por ter contato com algo que dificilmente a gente vê ou pelo simples prazer de arrumar.
Existe um tipo de felicidade efêmera, que a maiores de nós, simples mortais, possuímos; é a de comprar/receber alguma coisa, mais conhecida como consumismo. Já reparou que a ansiedade que antecipa a chegada de um produto que adquirimos pela internet é muito maior do que quando já estamos com eles em mãos.
Não são poucos que compram livros e livros e não os leem. Quem nunca viu uma promoção, levou o produto pra casa e nunca o usou. Aqueles que viveram a época dos DVDs e CDs, hoje os tem empanturrados em algum canto da casa.
E por falar nos dias atuas, quantos de nós assinam uma infinidade de streaming de vídeo e música e usa-os esporadicamente. Começa algo e nunca termina…
Somos assim, insaciáveis. Pouca coisa nos completa.
Qual é o verdadeiro caminho da felicidade?
Podemos até ter certeza do que nos causa uma tremenda infelicidade, porém acertar em cheio naquilo que nos fará extremamente feliz ainda é uma incógnita, o tesouro no final do arco-íris. De modo que o tempo passa, nossas preferências se alteram, muitos que gostavam do verde quando mais jovem, agora preferem o amarelo.
A vida é assim, a cada dia o seu mal e lógico o seu bem. E creio que seja essa a grande sacada do criador, para que não caiamos no marasmo e que cada vez que transpormos os obstáculos do caminho, um grande sentimento de felicidade se iluminará em nossos corações.
Inibmort

INVEJA BOA

Sabe aquela inveja boa… quando você vê algo acontecer a uma pessoa querida e sabe que aquilo é um dos seus maiores sonhos. Foi o que aconteceu comigo há uns dias atrás.
Sabe essas pessoas que a gente conhece e logo passa a gostar, pessoas iluminadas que com um mínimo de contato deixa claro que veio pra ser algo a mais.
Então… essa pessoa em questão é o Sr. Cledson Falqueiro, que pros mais chegados é apenas Quetão. Tivemos uma dúzia de contatos no Centro Espírita que frequento e por conta das redes sociais nossa amizade se estreitou.
Há algum tempo ele me informou que iria escrever um livro de memórias e não é que o livro está pronto, por enquanto apenas eletrônico, mas não me surpreenderia se logo vamos tê-lo no papel. São pequenos contos sobre a vida desse amigo que tem como objetivo na vida fazer as pessoas que estão ao seu lado rirem.
Seu bordão nada peculiar é desejar feliz natal todos os dias do ano… menos no Natal, óbvio né?!? Seu coração enorme está sempre apto a ajudar, isto fica claro na maioria das histórias do livro.
Contudo vamos a inveja… Não é segredo que todo mundo que escreve gostaria de ter suas histórias publicadas. Não é diferente comigo. Esse é o meu 495º texto, sem contar os que escrevo no Jornal Espírita “O Farol”, que já está na edição 171.
Quem dera um dia eu ver meu nome ou o pseudônimo Inibmort estampado na capa de um livro…
Como já disse várias vezes nessa coluna eu escrevo por prazer, nunca ganhei um centavo pelos meus textos, também não tenho compromisso nenhum com datas e prazos, escrevo quando dá na telha e principalmente quando pinta uma boa ideia.
Algumas pessoas me perguntam porque minha coluna não sai toda semana no Getulina Jornal. Eu explico que antes de ser o montador do jornal eu já tinha meu espacinho nele, só que agora eu sou o responsável por entregar a edição e por isso quando falta um espaço eu sacrifico meu texto para que tudo que precisa sair caiba de uma maneira que fique legível.
Não que minhas crônicas sejam para tapar buraco, porém temos que agir com profissionalismo, todas as matérias que são divulgadas no GJ de alguma forma geram lucro a empresa, caso que meus textos não têm valor comercial, são apenas fruto de um pedido dos proprietários, no qual eu me senti lisonjeado em estampar essas páginas que continuam a contar a história da Cidade Sorriso.
E por falar nesse semanário que há 70 anos vem enriquecer os nossos domingos, admito que toda semana eu sinto uma tremenda tristeza ao ter que excluir nomes ilustres na coluna dos aniversariantes da semana. Não, eles não faleceram… mas deixaram de assinar o jornal. Como alguém pode abrir mão do nosso noticioso que tanto contribuiu e continua a contribuir para nossa cidade.
Tanto a versão em papel, quanto a versão eletrônica tem um preço anual irrisório, valor bem menor que qualquer uma hora em uma lanchonete. Mais triste ainda fico ao ver um empresário tirar o anúncio de nossas páginas.
Vou dar um exemplo que acontece em minha casa. Toda vez que acaba o gás ou precisamos ligar pra alguma distribuidora de bebida o primeiro lugar que procuramos é no Jornal, telefone de lojas da cidade, procura no jornal, é bem mais rápido e principalmente certeiro, porque muitas vezes ao conseguir um número pela internet o mesmo já não pertencia ao estabelecimento.
A propaganda é a alma do negócio!
Você que lê o jornal do parente ou amigo bem que poderia voltar a assiná-lo, você que tem comércio poderia anunciar, nem se fosse por um ou dois meses e sentir se melhora suas vendas. E nós que temos o sonho de um dia ver nossa obra com uma capa na estante não devemos nos esmorecer e continuar escrevendo, pois quem sabe um dia essa invejinha se torna motivo de orgulho.
Inibmort

PRIMEIRO ANO

E lá se vai um ano… Um ano de vida nova, de novas experiências, aprendizados. Trezentos e sessenta e cinco dias que voaram, como diz aquele conhecido narrador: ‘quando o jogo é bom, ele não passa, voa’.
Dia 21/07/2021 eu começava a minha nova jornada como escriturário da prefeitura de Getulina. Foi e não foi surpresa, pois eu estava aguardando essa vaga do concurso que eu tinha feito em 2017, fiquei em sétimo lugar.
Porque não era tão surpresa assim? Já haviam me dito que logo após acabassem os protocolos vigentes da pandemia e as aulas voltassem ao normal seriam chamados pelo menos dois escriturários, porém seria necessário três para suprirem as vagas que o setor de educação necessitava. Como os cinco primeiros já tinham sido chamados eu estava praticamente dentro, já que eu era o sétimo colocado do concurso.
Entretanto o tempo de validade do mesmo se esvaía e a oportunidade de conseguir o emprego também.
Não vou mentir que na época estava muito bem ‘empregado’, com três serviços aos quais poderia executá-lo praticamente de dentro da minha casa, saindo apenas às segundas para gravar as sessões da Câmara.
Mesmo assim, nenhum com garantia de que fossem duradouros. A qualquer momento poderia ficar desempregado novamente.
Quem está sempre lendo meus textos, acompanhou a epopeia que passei depois que saí da Santa Casa, desde os problemas para receber o que me era de direito, até a depressão/ansiedade que adquiri quando estava no Postão.
Contudo tenho certeza que o ‘pessoal’ lá de cima nunca desistiam de mim. Por mais que a situação se complicava, eu sempre encontrava forças para enfrentar aquelas atribulações. Afinal ter pessoas especiais ao nosso lado é o maior presente que podemos pedir aos céus, são a eles que devo minha sanidade mental. Passaram um perrengue comigo, não só quando a grana ficou curta, mas também quando os problemas de saúde me levaram a lona.
Os dias na Creche se transformaram em meses e agora em ano. Acredito que dificilmente eu estaria tão feliz em outro ambiente. Nem o choro dos bebês incomoda. Tudo é motivo para alegria, ver o sorriso de cada criança e a harmonia com os colegas, poderia dizer amigos de trabalho.
Diferente da Santa Casa e a uso como exemplo, pois foi aonde eu vivi 22 anos da minha vida, na Creche não existe dias ruins, quem me vê trabalhando, irá perceber o sorriso em meu rosto diariamente.
Os problemas existem, sim e como é gratificante resolvê-los. Só quem passou pelos dias escuros do desemprego, das dores da alma, do desconhecimento do futuro, sabe como é importante ter a sua carteira assinada novamente e principalmente quando esse emprego lhe oferece estabilidade.
Eu que convivi com vários provedores no hospital, tenho certa facilidade em reconhecer quem tem a capacidade de gerir, comandar, enfrentar as mais diversas situações e posso garantir, sem nenhuma conotação de bajulador que minha diretora Alcione, nossa diretora de Educação D. Sirley e o prefeito Toninho são pessoas educadas, solícitas, que estão sempre dispostas a fazer o melhor e principalmente o correto para que tudo possa funcionar.
Nesse pouquíssimo tempo fiz novas amizades com essas mulheres abençoadas que não medem esforços para que a nossa Creche possa funcionar perfeitamente, cozinheiras habilíssimas, serventes e zeladoras incansáveis, inspetoras e atendentes competentes, professoras maravilhosas e uma coordenadora extraordinária. Estendendo minha admiração às estagiárias que são tão profissionais quanto os funcionários concursados.
Sei que muitos vão dizer que exagero, que nenhum local de trabalho possui um ambiente tão salutar quanto eu desenhei nas linhas acima, porém aos meus olhos tudo é como descrito. Quem sai de casa toda manhã apaixonado pelo que faz só pode ver flores, mesmo aonde possa haver espinhos.
Parabéns pra mim, parabéns pra nós, que esse ano possa se transformar em décadas.

                      Inibmort

VIVA A VACINA!

Tudo começou com uma pequena febre e uma dor nas costas, que eu achava que era ocasionada por uma corrida um pouco mais forçada que eu tinha feito no dia anterior. Como a temperatura não baixava me dirigi à Santa Casa.
Como sempre me senti confortável naquela instituição que servi por mais de duas décadas. Só senti falta dos antigos companheiros. Pelo que observei, a maioria das pessoas que fazem parte daquele time não são os mesmo de cinco anos atrás.
Curioso foi entrar no consultório médico e dar de cara com a doutora “tomando” soro. Entretanto não seria indelicado de perguntar o do porquê! Após uma rápida consulta ela me medicou e pediu que eu ficasse em observação. Já no finalzinho da medicação a febre desapareceu e uma onda de calor me tomou, fazendo com que eu ficasse aflito com aquele suador e me apressasse em voltar pra casa e me livrar de toda aquela roupa. Não sem antes receber uma lista de medicamentos para começar meu tratamento que até o momento ainda não sabíamos de quê!
Passei no posto de saúde e consegui quase cem por cento dos que tinham sido receitados. Aproveitei para saber quando poderia fazer o exame da dengue, o que foi me informado que após eu fazer o teste de Covid e desse negativo era pra eu retornar ao Centro de Saúde.
Acredito que devido aos protocolos médicos, fora me dado um atestado de cinco dias. Confesso que ficar muitos dias afastado do meu local de trabalho me deixa apreensivo em decorrência das minhas crises de ansiedade. Felizmente já há quase um ano que não sinto aquele gosto amargo e não foi dessa vez que a dita cuja apareceu.
No dia seguinte, já me sentia bem, só com um pouco de tosse. Logo recebo uma mensagem da minha esposa dizendo que estava na UTAC fazendo teste de Covid, pois alguns funcionários da escola que ela trabalha vinham testando positivo. Dito e feito minha senhora testou positivo. Bom, agora mesmo que eu quisesse driblar o atestado e voltasse a lida eu não poderia, pois fomos obrigados a assinar um documento que obrigava-nos a ficar recluso em casa.
Isso ainda era quarta-feira e de acordo com que as crianças iam chegando a gente ia os informando da novidade. O fato de não frequentarem a escola foi de festa, já o de não sair de casa causou repudio no mais novo e pânico quando noticiamos que ele também poderia estar infectado.
Infelizmente só poderíamos fazer o “tira-teima” no próximo dia, pois o teste só funciona dias após começarmos a sentir os sintomas. Tirando uma incômoda dor de cabeça de minha esposa, passamos o dia bem.
Na quinta-feira, eu e meus dois meninos fomos para UTAC, aonde se encontrava abarrotada, o vírus vinha dando números as estatísticas em nosso município. Também fomos muito bem atendidos e logo que o resultado saiu, não foi surpresa descobrir que nós três também estávamos infectados. O exame indicou que o mais velho se encontrava no final da doença, enquanto eu e o mais novo o contágio era mais recente.
Naquela tarde eu tive febre novamente e uma leve dor de cabeça, minha esposa continuava reclamando que a sua cabeça não parava de doer e os dois meninos de nada reclamavam.
Avisamos a família que agora era geral e até a próxima segunda não poderíamos sair de casa e muito menos receber visita.
Nunca pensei que ficaria tão irritado por não poder sair de casa, lembro que tempos atrás ficava a semana toda sem sair no portão, porém quando tiram a nossa liberdade a situação muda.
Graças as vacinas o maior mal que enfrentamos em tempos remotos, quiçá em toda a história, quase não nos causou muito incômodo, tirando as febres que tive e as dores de cabeça da Luciana, pouco sentimos nos dias em que estávamos infectados.
Logo após ter me “curado” ainda sentia muito cansaço e uma tosse irritante que não quer ir embora, do resto é vida que segue. Só temos a agradecer aos responsáveis que em tempo recorde conseguiram encontrar um lenitivo para que o vírus não se tornasse tão agressivo. A esses profissionais devo a minha vida, caso contrário, poderia não estar escrevendo mais essa crônica.
Ótima semana e não esqueçam a prevenção ainda é o melhor remédio!

             Inibmort

ORELHAS DE BURRO

Tenho por mim que não devemos nos gabar das habilidades que possuímos, pois até o mais expert em algum assunto pode cometer erros relacionado ao mesmo. Nem todo dia estamos cem por cento conectados a realidade, as vezes nossa cabeça não está no mesmo local que nossos pés.
Já desdenhei daqueles que sofreram um dano relacionado ao mundo digital. Seja por um vírus, ação maliciosa de algum software, um engodo ao comprar pela internet ou mesmo o sumiço de um arquivo importante.
Todos podemos ser vítimas nesse universo tão amplo dos bites e bytes.
Não sei se por castigo à nossa vaidade ou um ato ganancioso de achar que poderíamos mesmo encontrar um produto tão mais em conta no mercado.
O primeiro caso que quero narrar aqui é de um celular que comprei num desses sites asiáticos de importação. O anúncio prometia um aparelho excepcional por um valor irrisório, sendo que a maioria com idênticas configurações custavam o dobro ou o triplo do preço.
Esse foi mais por curiosidade, pra ver se o produto era compatível com as informações anunciadas. Pra ajudar o dito cujo fez escala na alfandega e eu tive que desembolsar mais sessenta por cento do valor do aparelho para que ele pudesse chegar até minhas mãos.
Não foi surpresa receber uma coisinha horrível, um aparelho que não valia nada, malemá daria pra usar de ‘walkman’, ver vídeos no YouTube era querer demais.
Entrei em contato com a empresa que gerencia o Portal e eles abriram uma disputa com o vendedor, de pronto já me informaram que os valores pagos na alfandega não seriam restituídos. A opção era devolver o aparelho e seria creditado em minha conta o valor pago ou por setenta por cento reembolsado eu ainda ficaria com o celular, optei pela segunda oferta. O trequinho está lá em casa, jogado em algum canto sem nenhuma serventia.
O segundo foi um golpe mesmo, desses de deixar qualquer filho de Deus apelando para o ser das trevas que leve o infeliz para as profundezas.
Mais uma vez os olhos cresceram em um ‘negócio da China’, só que dessa vez foi aqui no Brasil mesmo. Através de uma propaganda eu fui fisgado a adquirir um plano do Youtube Premium anual por uns parcos reais. Tudo que eu precisava fazer era mandar um PIX para o vendedor, mas que depressa realizei a operação e o mesmo desapareceu do chat e nunca mais respondeu aos meus apelos.
Fiquei eu com cara de imbecil, por cair num golpe tão óbvio.
A última foi essa semana. Precisando de uma cadeira para a mesa aonde uso meu computador, comecei a tortuosa pesquisa. Já de cara encontrei um preço mágico nos informes do Google. Tudo parecia correto, loja conhecida, fiz uma consulta e nada desabonava o site do produto.
Ao fazer o pagamento do produto por PIX ainda ganharia um desconto de dez por cento. Vamos intitular de gênio o criador desse golpe. Logo ao fechar a compra, automaticamente chega no e-mail informado um código QR para ser direcionado ao PIX do vendedor. Até o nome do Mercado Pago aparece na descrição do fi duma égua.
Após fazer o pagamento, com um fio de baba na boca e se achando a pessoa mais sortuda do mundo não recebi mais nenhuma informação. Automaticamente meu lado Sherlock Homes deu o ar da graça e pouco a pouco descobri que tinha caído em um novo golpe.
O diferencial era no endereço eletrônico da página que eu comprei que não tinha nada a ver com a loja real.
Mais tarde fiz uma nova pesquisa da cadeira e lá estava ela, com o mesmo preço baixo só que agora numa loja virtual diferente, do resto era tudo igual.
Até tentei negociar com o Mercado Pago, que fizeram o possível para me restituir, porém só acharam sessenta centavos na conta do estelionatário. Ao ser questionado se eles não seriam responsáveis, afinal seu nome aparecia nas negociações, me informaram que são sim, mas apenas nas compras feitas na sua plataforma, o Mercado Livre.
Não tinha mais o que questionar, apenas vestir minhas orelhas de burro e aceitar as lições que muitas vezes a vida nos dá.

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